terça-feira, 18 de março de 2014

Guerra Guaranítica - 8º ano

A Guerra Guaranítica foi um confronto violento entre índios Guaranis e soldados portugueses e espanhóis ocorrido no Sul do Brasil em meados do século XVIII após a assinatura do Tratado de Madri (1750) onde, delimitava as fronteiras espanholas e portuguesas da América do Sul. Os Guaranis viviam em uma região denominada Sete Povos das Missões, também conhecida como Missões Orientais por se localizarem a leste do rio Uruguai, o lugar recebera esse nome em consequência da chegada dos jesuítas e a formação de aldeamentos para a catequização dos aborígines. Os sete povoados indígenas foram fundados pelos missionários na ultima colonização erguida na região. Em épocas anteriores havia neste mesmo local dezoito aldeias construídas pelos jesuítas as quais, foram destruídas pelos bandeirantes que penetravam na região em busca de riqueza minerais. Somente a partir de 1687 os jesuítas puderam retornar as suas antigas terras e nesse mesmo ano começaram a organizar as reduções: um agrupamento de sete aldeias denominado de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custodio. Da aldeia de São Francisco de Borja originou-se à cidade de São Borja e ainda hoje no Rio grande do Sul existem ruínas da aldeia de São Miguel Arcanjo. A luta começou quando foram demarcados os limites das colônias pertencentes à Espanha e Portugal, como a aldeia dos Sete Povos ficava localizada bem no perímetro da fronteira, os guaranis receberam um ultimato para abandonarem suas terras e seguirem para o outro lado do rio Uruguai. O principal líder da guerrilha, o guarani Sepé Tiaraju juntamente com o apoio de alguns jesuítas anunciaram a decisão de não ceder às ordens dos invasores, usando como justificativa o direito legitimo de serem donos da região desde os primórdios. Além do mais os guaranis se recusavam a abdicar de suas terras localizadas no Rio Grande do Sul, rejeitando o que o acordo especificava. Em princípios de 1753 os índios começaram a dificultar os trabalhos de definição da fronteira. Em resposta a coroa portuguesa envia tropas contra os nativos e a guerra eclode no ano seguinte. Os castelhanos vindos pela Argentina e Uruguai avançam pelo Sul e os lusitanos mandados do Rio de Janeiro atacam pelo Rio Jacuí. Os dois exércitos se juntam na fronteira do Uruguai iniciando a batalha. Durante dois anos travou-se uma sangrenta luta: índios foram esquartejados, mulheres violentadas por ambas às tropas e crianças monstruosamente assassinadas. Em maio de 1756 chega ao fim à oposição guarani, com um saldo de mais de 1.500 indígenas mortos, a ação foi travada na cidade de Caiboaté Grande onde hoje se encontra a cidade de São Gabriel. Existe ainda nesse lugar um monumento em tributo as vidas ceifadas na guerrilha, trata-se de uma cruz de madeira com cinco metros de altura que fora erguida pelos padres jesuítas logo após o massacre.

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